27 de abr. de 2010

"Ivan Vanko é o outro lado de Tony Stark", diz Mickey Rourke sobre vilão de "Homem de Ferro 2"

Mickey Rourke no papel de Ivan Vanko, vulgo Chicote Negro, vilão de "Homem de Ferro2"

Durante a coletiva de imprensa de "Homem de Ferro 2", o banner que servia de pano de fundo para a entrevista caiu repentinamente. Enquanto os assessores se desesperavam, temendo pelas próprias cabeças, o astro Robert Downey Jr. contava piadas. Em um determinado momento, o astro se levantou e tentou remontar a bandeira com a imagem do herói de armadura. A atitude basicamente reflete o sentimento em torno da sequência do sucesso de 2008, com quase 600 milhões de dólares arrecadados ao redor do mundo. Mesmo que exista um tropeço ou outro no longa, Downey Jr. garante a diversão no papel do fanfarrão milionário Tony Stark, a identidade nada secreta do Homem de Ferro.
"No primeiro filme, quis fazer uma versão mais bacana de mim mesmo, porque nos meus melhores dias eu nunca poderia amarrar os sapatos de Tony", conta Robert Downey Jr., já recuperado de sua façanha na coletiva e agora devidamente sentado para uma entrevista exclusiva para o UOL Cinema. "Na sequência, pude relaxar um pouco e trazer um mais aspectos meus ao personagem." Para isso, o astro chamou o amigo Justin Theroux, que escreveu "Trovão Tropical", e até arriscou uns passos de dança... bêbado e de armadura. "Partimos direto para a comédia, porque a pressão pelo sucesso é maior", confessa o ator. 
"Fomos para a gaiola juntos", completa o diretor Jon Favreau. "Esperamos muito tempo para chegar neste patamar e não queríamos estragar tudo. Queríamos fazer um filme especial." Na cabeça de Favreau e Downey Jr., só havia uma maneira de superar a surpresa que foi o primeiro "Homem de Ferro". "Não queria repetir os erros de vários filmes de super-heróis", responde Favreau. "Então, apresentamos os personagens de Mickey e Scarlett logo no começo, seguindo a linha narrativa sem a obrigação de jogá-los na ação sem o menor sentido." 
Rourke, então, entra na produção como o vilão Chicote Negro, apesar de o nome nunca ser pronunciado, enquanto Scarlett Johansson assume o papel da espiã Natasha Romanoff, personagem que seria de Emily Blunt - mas a atriz precisou cumprir um contrato anterior para estrelar "As Viagens de Gulliver", com Jack Black. "Eu precisava de alguém com ar realmente ameaçador para compensar o humor de Tony Stark e só existe uma pessoa capaz disso no cinema", diz Favreau sobre Rourke. 
"Ivan Vanko é o outro lado da moeda de Stark. Seu pai trabalhou com o pai dele para desenvolver a tecnologia que um dia daria vida ao Homem de Ferro, mas enquanto Tony se transformou em um personalidade famosa, Ivan seguiu por outro caminho e foi preso", detalha Rourke, que treinou o sotaque russo por 4 meses, visitou uma prisão perto de Moscou e foi responsável por duas características marcantes do vilão: o passarinho sempre ao seu lado e o corpo cobertos de tatuagens. "Eu não faria o filme se não tivesse a ave", brinca o grandalhão. "Queria mostrar que ele não é um personagem bidimensional." 
Quem também não desejava o mesmo para sua Viúva Negra era Scarlett Johansson. Apresentada no filme como a nova secretária de Stark, depois que Pepper Potts (Gwyneth Paltrow) é alçada ao posto de presidente da empresa, a beldade tem um grande diferencial em relação aos quadrinhos: ela é uma fiel colaboradora da Shield, organização militar que toma conta das ameaças globais no universo do Marvel Studios – comandada, como sabemos, por Samuel L. Jackson no papel de Nick Fury. 
Com o uniforme preto colado ao corpo, Johansson certamente atrairá a atenção dos fãs com as cenas de lutas e pode ganhar um spin-off em breve. "Vamos ver como eles vão reagir, mas estou dentro se quiserem fazer um filme dela", revela a atriz. "A possibilidade existe", resumiu misteriosamente o presidente de produção da Marvel Entertainment. 
"Homem de Ferro 2" ainda traz uma novidade que não é tão novidade assim. No primeiro filme, o papel de James Rhodes, o guarda-costas de Tony Stark, foi responsabilidade de Terrence Howard (Crash), mas disputas de salário o tiraram da sequência. "Sou amigo dele e conversamos quando topei o trabalho, então, não há nenhuma rusga", garante Don Cheadle ("Hotel Ruanda"), que tem a oportunidade de usar uma armadura cinza e combater o próprio chefe quando o "Máquina de Combate" vira garoto propaganda de uma indústria rival, comandada por Justin Hammer (Sam Rockwell, de longe, a melhor coisa do filme), empresário que deseja se apoderar da tecnologia de Stark para uso militar. 
No meio de toda essa encrenca, Tony Stark ainda descobre que o reator incrustado em seu peito está causando um envenenamento e o playboy perde o controle de sua vida, passando a beber mais e agir de forma caótica. "Cheguei mais magro depois de filmar 'Sherlock Holmes', mas não precisei me importar com meu físico, porque Stark está doente. De certa forma, o drama me deixou mais livre", fala Downey Jr.. 
O exagero de tramas e subtramas tem um efeito negativo em "Homem de Ferro 2". Não deixa o filme mais chato ou confuso, mas perde a simplicidade que o primeiro capítulo trouxe ao universo dos longas baseados em quadrinhos. Por outro lado, não há um 3D capenga como de "Fúria de Titãs" e "Alice no País das Maravilhas" e a ação cavalar ainda mantém a adrenalina em alta, principalmente nas cenas em Mônaco. 
Stark volta ainda mais carismático e engraçado no papel de salvador da pátria. Os efeitos continuam impressionantes. E os fãs vão vibrar com as referências aos quadrinhos (o escudo do Capitão América serve de calço, há uma brincadeira com Thor e o projeto Vingadores, que unirá os heróis do estúdio, ganha mais espaço). Mas as subtramas acabam pouco explicadas. Não que isso sirva de gancho para um continuação. "Odeio finais abertos", admite Favreau. "O próximo capítulo é "Thor". Depois, "Capitão América". Só então o Homem de Ferro retorna para "Os Vingadores". Mas eu estarei de olho como produtor. Não vou deixar ninguém estragar minha criança."

Robert Downey Jr. retorna como herói em "Homem de Ferro 2"

Por Zorianna Kit 

LOS ANGELES - Quando criança, Robert Downey Jr. nunca se vestia com fantasias de heróis. "Na infância? Não", diz Downey Jr. "Mas durante meus 30 e poucos anos, em Palm Springs, logo antes de ser preso? Sim. Era uma premonição." 
Apesar de fazer piada com as dificuldades do passado por porte de drogas, o que não é brincadeira é o sucesso de Downey Jr. no ressurgimento de sua carreira depois de superar um longo vício em heroína e cocaína. 
Ele fez um retorno impressionante como Tony Stark, um engenheiro playboy arrogante e alcoólatra que também entra em conflito com seus demônios pessoais na primeira adaptação cinematográfica da série de histórias em quadrinhos da Marvel "Homem de Ferro", em 2008. 
Agora, Downey Jr., 45 anos, está de volta em "Homem de Ferro 2", com dose suficiente de ação, personagens e explosões. O filme estreia em grande parte da Europa, Ásia e Austrália nesta semana, antes de chagar aos cinemas norte-americanos no dia 7 de maio. 
As semelhanças entre Downey Jr. e Tony Stark eram óbvias na versão original e estão igualmente visíveis na segunda produção. 
Depois de cinco anos sendo detido inúmeras vezes por porte de drogas e finalmente servir pena em 2000, o retorno de Downey Jr. à popularidade em Hollywood com "Homem de Ferro" -- incluindo um prêmio Globo de Ouro por seu papel em "Sherlock Holmes" -- não é diferente da ascensão do próprio Stark depois que ele revela sua dupla identidade como um super-herói de armadura. 
"Eu acho que (o sucesso de Robert) indicou o nível de fama que Tony Stark experimenta a partir do momento em que ele anuncia ser o Homem de Ferro", disse o diretor Jon Favreau a jornalistas.

23 de abr. de 2010

"Alice" atualiza personagem de Lewis Carroll

SÃO PAULO (Reuters) - Dirigido por Tim Burton, o filme "Alice no País das Maravilhas" é um passaporte para a maturidade da personagem criada pelo escritor inglês Lewis Carroll por brincadeira, em 1862. Alvo de sucessivas adaptações, inclusive um famoso desenho animado em 1951 dos estúdios Disney, produtores desta nova versão, Alice aqui deixa a infância, tornando-se uma bela e casadoira jovem de 19 anos (interpretada pela australiana Mia Wasikowska).
Escorado no grande sucesso de bilheteria nos EUA, onde o filme arrecadou mais de 320 milhões de dólares até 18 de abril, o lançamento brasileiro será de grande porte. Estão previstas 400 cópias, com direito a exibição 3D em 126 salas. Das cópias 35mm, 80 por cento serão dubladas e apenas 20 por cento legendadas.
Com a liberdade de imaginação desta versão de Burton, com roteiro de Linda Woolverton (roteirista das animações "A Bela e a Fera" e "O Rei Leão"), a história de Alice torna-se um pequeno conto feminista, aproveitando o contexto vitoriano original da história de Carroll e o cenário de um mundo fantástico matriarcal, dividido pela guerra entre duas irmãs e rainhas (Helena Bonham-Carter e Anne Hathaway).
Alice é órfã de pai e está sendo praticamente empurrada para um noivado e casamento precoces. Na festa que foi tramada para que ela diga sim, Alice avista um misterioso coelho no jardim, olhando seu relógio. Seguindo o animal, Alice cai no buraco que a leva ao Mundo Subterrâneo, cenário de aventuras das quais ela não retornará a mesma.
A mágica dos efeitos visuais - e do 3D, em algumas cópias - valoriza as experiências de Alice de aumentar e encolher seu tamanho, mediante a ingestão de um líquido ou de um pedaço de bolo, bem como seu encontro com criaturas míticas - caso do gato risonho (voz de Stephen Fry nas cópias legendadas), da lagarta Absolem (Alan Rickman, "Harry Potter e o Príncipe Mestiço") e do Chapeleiro Maluco (Johnny Depp, "Piratas do Caribe").
Personagem secundário na história original, o Chapeleiro Maluco aqui é um coadjuvante com direito a muito espaço e peripécias. Em vários momentos, ele será o protetor de Alice, em outros, seu instigador e mais seria, quem sabe, se Burton tivesse total liberdade e este não fosse, afinal, um filme para crianças.
Esta obrigatoriedade do "filme-família", padrão por excelência da Disney, no fim das contas, funciona como uma trava à criatividade nem sempre bem comportada (aqui, sim) do diretor de "Marte Ataca!" (1996), "Peixe Grande" (2003) e "Sweeney Todd" (2007). Alice cresceu, sim, mas não pode voar tão alto. E seu destino de empresária rumo à China parece também um pouco demais...

(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

21 de abr. de 2010

Todas as caras de Alice: como a personagem de Lewis Carroll foi retratada no cinema

Considerando a fome com a qual a atual indústria cinematográfica adapta histórias originalmente publicadas em livros, não é de espantar que "Alice no País das Maravilhas", obra do britânico Lewis Carrol lançada em 1865, tenha mais de 20 versões entre filmes, animações e séries de TV. 

Apesar de todas as suas alegorias nonsense, como o Gato de Cheshire e a festa louca do chá, a história do reverendo Charles Lutwidge Dodgson (nome real de Carrol) tem como protagonista a jovem Alice, personagem inspirada em Alice Pleasance Liddell, a menina de dez anos que pediu a Carrol para escrever a fábula contada a ela durante uma travessia de barco pelo Rio Tâmisa. 

Do inocente pedido surgiu uma das histórias mais famosas do mundo, que não por acaso popularizou a personagem Alice criada por Carrol, conferindo à menina diversas interpretações em mais de um século de adaptações. 
Como fotógrafo amador o reverendo registrou algumas imagens de Alice Liddell, que muito provavelmente serviram de base para a primeira ilustração de sua contraparte fictícia, desenhada pelo próprio autor em um manuscrito batizado de "Alice's Adventures Underground" - "As Aventuras de Alice no Subsolo", em tradução livre.
Alice ilustrada por John Tenniel

Apesar de pouco conhecida, essa imagem pode ser apontada como a primeira versão da verdadeira Alice, que acabou ofuscada pelos traços do ilustrador John Tenniel, responsável pelos desenhos da publicação original do livro, de 1865. 
As ilustrações de Tenniel, feitas como xilogravuras, serviram de inspiração para a maioria das adaptações cinematográficas de "Alice no País das Maravilhas", ditando muito do visual de sua protagonista, como o vestido godê com avental e o cabelo louro.
Poucos cineastas fugiram dessa imagem, alterando apenas as cores do vestido, que já foi azul, vermelho e rosa, e o tom do cabelo da protagonista - em sua maioria loiro, mas com passagens pelo castanho.

Das páginas para os rolos de filmes

Apesar de precoce, a primeira adaptação do livro já conta com efeitos especiais. Dirigido por Cecil Hepworth e Percy Stow em 1903, o filme inglês "Alice in Wonderland" usa truques primários da história do cinema para mostrar tanto o encolhimento quanto o crescimento da personagem, interpretada pela atriz May Clark, de apenas 14 anos. 
A primeira adaptação do livro, de 1903 

Sete anos mais tarde, em 1910, o cineasta norte-americano Edwin S. Porter filma sua própria versão da obra, entregando o papel de Alice a jovem Gladys Hulette, também aos 14 anos. Assim como a adaptação britânica, essa versão é muda e de curta duração para os padrões atuais - com apenas dez minutos. 
Em 1933 a Paramount Pictures lança sua adaptação do livro, em que a personagem principal, interpretada por Charlotte Henry, com 19 anos na época, usa vestes muito semelhantes às das ilustrações de John Tenniel - e o cabelo mais claro. 
Boicotada pelos Walt Disney Studios, a animação francesa "Alice au Pays des Merveilles", de 1949, utilizou tanto atores reais como personagens em stop motion, técnica de animação que utiliza bonecos e objetos. Como a Disney estava produzindo sua própria versão animada da história, o longa-metragem francês não chegou a estrear nos Estados Unidos e passou despercebido por outros países.

 Alice na versão da Disney

Apesar da força do estúdio norte-americano, sua versão de "Alice no País das Maravilhas", lançada em 1951, sofreu severas críticas de fãs de Lewis Carroll, acusando a produtora de ter "americanizado" um clássico britânico. Mesmo assim, o visual da personagem apresentado pela Disney, com o vestidinho azul e os cabelos louros, tornou-se o mais conhecido desde as ilustrações de Tenniel.
Uma Alice loira também protagonizou a animação para a TV feita pela Hanna-Barbera em 1966, que conta com a participação de Fred Flintstone e Barney Rubble, personagens do seriado "Os Flintstones".
Talvez a mais curiosa versão da jovem seja a do musical pornográfico dirigido por Bud Townsend em 1976. Nesta história, Alice, interpretada pela atriz Kristine DeBell, faz caras e bocas ao encontrar com os famosos personagens em um "País das Maravilhas Sexuais" - uma Alice, aliás, com decote provocante.

 Versão tcheca da Alice é tida como sombria

Em 1982 foi a vez de Meryl Streep, então com 33 anos, assumir o papel principal no especial para televisão "Alice at the Palace" - "Alice no Palácio", em tradução livre. Nele a personagem aparece com um macacão rosa e cabelos cheios, atualizando o visual da personagem do século 19. 
Um ano mais tarde, em 1983, o estúdio de animação japonesa Nippon Animation lança "Fushigi no Kuni no Alice", uma série animada de 52 episódios que retrata Alice em estilo animê, com cabelo louro e vestido vermelho. Mas a grande diferença desta para a obra original é que Alice retorna para casa ao fim de cada capítulo.
Com o título original de "Neco z Alenky", o diretor tcheco Jan Švankmajer lançou uma versão surrealista para a história de Lewis Carroll, que apesar de sombrio, traz no papel de Alice a atriz Kristýna Kohoutová, que usa um vestido rosa e mantém o espírito inocente da personagem.


A Alice adulta de Tim Burton

As marionetes da série "Vila Sésamo" ganharam em 2008 sua própria versão de "Alice no País das Maravilhas", mas com o título "Abby no País das Maravilhas", afinal, é estrelada pela personagem rosa Abby Cadabby.
Para encerrar, ao menos por um momento, a lista de adaptações da personagem Alice, está a atriz de 21 anos Mia Wasikowska, que contracena com Johnny Depp e Helena Bonham Carter na versão do cineasta Tim Burton. 
O diretor optou por recuperar o visual clássico com as cores da Disney: um vestido azul, mas não tão infantil: no longa Alice já cresceu e, ao escapar de um pedido de casamento, acaba voltando ao País das Maravilhas.

12 de abr. de 2010

"Chico Xavier" segue em primeiro lugar nas bilheterias brasileiras

O filme "Chico Xavier", de Daniel Filho, levou mais de 1.365.000 de pessoas aos cinemas em dez dias de exibição e permanece em primeiro lugar no ranking das bilheterias brasileiras. A cinebiografia do médium arrecadou mais de R$ 13 milhões e, com isso, o número inicial de 340 cópias em circulação será mantido pelo consórcio formado entre Downtown Filmes e Sony Pictures.



O filme bateu o recorde de maior abertura de uma produção nacional nos últimos 20 anos, ultrapassando o "Se Eu Fosse Você 2", do mesmo diretor. No fim de semana de estreia, 586 mil pessoas foram aos cinemas. "Chico Xavier" estreou dia 2 de abril, centenário de nascimento do médium. As primeiras sessões oficiais do filme foram em Uberaba, cidade que Chico escolheu para viver, e Pedro Leopoldo, sua cidade natal. O filme também teve pré-estreia em Paulínia, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Fortaleza. 
Com orçamento de R$ 12 milhões, "Chico Xavier" tem Nelson Xavier, Ângelo Antônio e Matheus Costa interpretando o médium nas três fases da vida – maduro, adulto e criança. E mais uma série de nomes consagrados no elenco, como Tony Ramos, Christiane Torloni, Leticia Sabatella e Giulia Gam.

11 de abr. de 2010

Sequência de "Avatar" terá cenas na Amazônia, diz James Cameron

O diretor de cinema James Cameron, que se encontra em São Paulo, anunciou hoje que a sequência do sucesso de bilheteria "Avatar" terá imagens filmadas na Amazônia brasileira.
"Vamos ter cenas da Amazônia brasileira, mas não deslocaremos uma grande equipe de gravação", comentou Cameron em breves declarações à imprensa após plantar uma muda de pau-brasil no Parque do Ibirapuera.
O cineasta havia descartado filmar a sequência de "Avatar" em alguma floresta real por causa do impacto ambiental que teriam as filmagens.
Assim como na primeira parte da saga, "Avatar 2" terá suas gravações em uma "floresta vazia", criada com efeitos de animação digital em um estúdio de gravação, combinadas com algumas poucas cenas reais do verde amazônico.
Cameron, que está no Brasil há duas semanas e participou do Fórum Internacional de Sustentabilidade da Amazônia em Manaus, junto ao ex-vice-presidente americano Al Gore, iniciou hoje em São Paulo uma campanha mundial para o plantio de árvores, promovida pela equipe de "Avatar".
A campanha ecológica liderada por Cameron foi uma iniciativa dos estúdios Twentieth Century Fox Home Entertainment, produtores do filme, e do movimento Earth Day Network (Rede do Dia da Terra), com a meta de que sejam plantadas 1 milhão de árvores em 15 países até o fim deste ano.
O ambientalista esteve acompanhado por sua esposa, a atriz americana Suzy Amis, e de Sigourney Weaver, uma das protagonistas de "Avatar", sucesso de bilheteria que arrecadou até agora US$ 1,859 bilhão.
Neste primeiro dia de campanha para o plantio de árvores, diante de uma centena de pessoas, participaram autoridades locais de meio ambiente e o ator brasileiro Victor Fasano, que lidera um movimento ambientalista vinculado à Amazônia.
O início da campanha coincide também com o lançamento hoje em São Paulo do filme "Avatar" para o mercado brasileiro de DVD e de Blu-ray, em um ato que contou com a presença de Cameron e Weaver.

8 de abr. de 2010

“Chico Xavier” é recorde brasileiro


Filme de Daniel Filho foi visto por mais de 590 mil pessoas
no fim de semana de estreia, superando “Se Eu Fosse Você 2″

Cinebiografia, que chegou ao circuito no dia em que o espírita mineiro
completaria cem anos, já arrecadou R$ 6,2 milhões

O filme “Chico Xavier”, dirigido por Daniel Filho, bateu recorde de público nos três primeiros dias de exibição, se considerada a produção dos últimos 15 anos, desde a retomada do cinema nacional, em 1995.
Segundo a distribuidora Downtown, o filme foi visto no fim de semana (sexta, sábado e domingo) por mais de 590 mil pessoas em todo o país, superando o lançamento em 2009 de outro longa também dirigido por Daniel Filho, “Se eu Fosse Você 2″, visto por 560 mil espectadores (veja números no quadro acima).
Cinebiografia do espírita mineiro Francisco Cândido Xavier (1910-2002), “Chico Xavier” arrecadou R$ 6,2 milhões nessa largada no circuito nacional, segundo a distribuidora. A maior bilheteria foi recolhida na região Sudeste (63% do total), o que representa cerca de 350 mil ingressos; em segundo lugar vem Nordeste (com 13%), seguido por Sul (12,5%), Centro-Oeste (9%) e Norte (2,5%).
Segundo Bruno Wainer, diretor geral da Downtown, o sucesso do filme resulta principalmente de um lançamento estratégico na data em que o espírita Chico Xavier completaria cem anos. “Havia milhares de pessoas ligadas nessa data, o que gerou expectativa”, diz. “Mas também acertamos ao escolher um diretor predestinado. Como diria o Zagallo, vão ter que engolir o Daniel Filho”, completou.
A produção de “Chico Xavier” custou R$ 12 milhões e estreou em 377 salas de cinema de todo o país. Foram investidos mais R$ 5 milhões no lançamento do filme, com publicidade, cópias e promoções. “É uma obra que interessa ao grande público e que agrada a pessoas de perfis diferentes, de todas as classes”, analisa Wainer, destacando que houve sessões lotadas tanto em cinemas de periferia da capital paulista como em shoppings de bairros mais ricos, como Iguatemi e Higienópolis.
Cenário aquecido
A contagem dos três primeiros dias é importante, segundo Paulo Sérgio Almeida, diretor do portal Filme B, porque “reflete a expectativa que o público tem de um filme”. “O lançamento conta qual foi o estímulo à publicidade e também se o assunto é interessante”, diz.
Segundo Almeida, no Brasil, esse resultado pode representar de um sexto a um décimo do total de qualquer bilheteria. “Nos EUA, o primeiro fim de semana é igual a um terço de toda a temporada”, compara.
Para ele, o sucesso de “Chico Xavier” também representa um cenário industrial aquecido. Em 2009, a arrecadação de bilheteria em todo o país chegou a R$ 930 milhões. “Este ano vai ser fácil bater a marca do bilhão”, aposta, considerando outras possibilidades de sucesso, como “Tropa de Elite 2″.

4 de abr. de 2010

Astros falam sobre 'A Saga Crepúsculo: Eclipse'



Robert Pattinson, Taylor Lautner,Kristen Stewart e Ashley Greeneaparecem em um vídeo do Access Hollywood falando sobre a espectativa em torno de 'A Saga Crepúsculo: Eclipse'. Assista logo abaixo.

A história continua com a volta de Edward Cullen e de sua família a Forks. Retorno que traz Bella de volta para sua vida normal ou quase normal. Com a ausência do namorado, ela tornou-se mais próxima do amigo de infância, Jacob Black.
Um jovem e apaixonado Lobisomem que vê sua amiga se distanciar dele com o retorno de seus inimigos, os Vampiros Cullen.
Mas há outros perigos em vista, como a aproximação da Formatura e o fim do prazo dado pelos poderosos e temidos Volturi, para Bella tornar-se um deles. Como se não bastasse, a heroína continua sendo perseguida pela Vampira Victoria que em busca de vingança, forma um exército de jovens, fortes e inexperientes Vampiros. Apenas a união entre a alcatéia de Jacob e a família de Edward poderá frustrar os planos de Victoria para matar Bella.
David Slade ('MeninaMá.com', '30 Dias de Noite') dirige.
O terceiro volume da saga da jovem Isabella Swan chega aos cinemas em 30 de junho de 2010.

3 de abr. de 2010

"Chico Xavier" faz retrato superficial do famoso médium





SÃO PAULO (Reuters) - Santo ou demônio? Médium ou falsário? Essas foram algumas dúvidas que o médium brasileiro Chico Xavier levantou ao longo de sua vida. O longa "Chico Xavier", que chega aos cinemas na sexta-feira, quando o médium completaria 100 anos, no entanto, não está muito preocupado com esse tipo de conflito.

Dirigido por Daniel Filho ("Se eu fosse você"), a partir de um roteiro de Marcos Bernstein ("Central do Brasil"), baseado por sua vez na biografia "As vidas de Chico Xavier", de Marcel Souto Maior, o filme faz um retrato chapa-branca de seu protagonista -- que morreu em 2002.
O Chico Xavier do filme, interpretado pelo garoto estreante Matheus Costa, Ângelo Antonio ("2 Filhos de Francisco") e Nelson Xavier ("Narradores de Javé") nas diversas fases de sua vida, é um personagem sem muitos dilemas interiores -- há umas poucas vaidades, mas conflito mesmo, daqueles de consumir, não existe. Desde pequeno, ele parece aceitar tranquilamente seu dom e sua missão.
Morando com a madrinha (Giulia Gam, de "A Guerra dos Rocha"), o pequeno Chico é visto como um ser estranho por ela, que tem medo e fascinação na mesma medida pela mediunidade do menino. A única a compreendê-lo é a mãe morta (Letícia Sabatella, de "Não por acaso"), com quem ele trava longos diálogos.
Mais tarde, morando novamente com o pai (Luis Melo, "Encarnação do Demônio"), ele ganha outra cúmplice - a madrasta (Giovana Antonelli, de "Budapeste"). Com alguns saltos de roteiro, Chico chega à vida adulta, quando sua mediunidade se manifesta com mais força e ele começa a estudar a doutrina espírita.
Ainda morando em sua cidade natal, Pedro Leopoldo (MG), recebe pessoas que pedem sua ajuda para se comunicar com parentes e amigos que já morreram. Nessa mesma época, Chico começa a receber as visitas de uma entidade que recebe o nome de Emmanuel (André Dias), que o acompanhará ao longo de sua vida.
A narrativa ficcional sobre o médium em "Chico Xavier" é entrecortada por trechos de uma participação verídica no programa de entrevistas "Pinga-Fogo", na TV Tupi, na década de 1970. Nele, uma espécie de "Roda Viva" de sua época, Chico é sabatinado pelas mais diversas pessoas, que colocam em xeque seus poderes e crenças.
Essa entrevista, que interliga os episódios da vida do médium no filme, também serve como pretexto para amarrar outra linha narrativa do longa. Trata-se da história do casal Orlando (Tony Ramos, de "Tempos de Paz") e Gloria (Christiane Torloni, de "Onde andará Dulce Veiga?"), cujo filho morreu há pouco em um acidente.
Ela está desesperada, enquanto o marido, que é o diretor do "Pinga-Fogo", é cético. Essa parte do roteiro não se baseia numa história específica - embora sua conclusão venha de um fato real, envolvendo uma carta psicografada pelo médium. O casal, claramente, serve como identificação do público na tela. E, para não deixar ninguém de fora, um deles acredita em Chico Xavier e suas cartas, e o outro é o cético que zomba disso.
Enquanto personagem, Chico Xavier carece de conflitos e nuances. Ele aceita a sua missão muito facilmente, dizendo: "Eu sou como um carteiro, recebo cartas, e aí entrego". Seu único porém é um pouco de vaidade - que causa alguns desentendimentos com Emmanuel, mas nada muito sério. Quando se muda para Uberaba, onde abre seu centro, Chico já é bastante conhecido e recebe visitas de pessoas de vários cantos do país em busca de comunicação com mortos.
Daniel Filho dirige com o profissionalismo que lhe é habitual, mas sem qualquer ambição mais cinematográfica. É um filme feito para as massas, que devem se emocionar em cada momento calculado para fazer chorar - especialmente as cenas que mostram a comunicação entre pais e filhos, em que um dos envolvidos já morreu.
Por outro lado, como bem mostram as imagens finais do longa, tiradas do programa "Pinga-Fogo" real, Chico Xavier era uma figura bem maior do que aquela mostrada pelo filme. Sem dúvida, não seria fácil captar num longa de ficção uma figura tão complexa como o médium. O que não se justifica são alguns momentos rasos do filme.
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb